EMOÇÃO DE MÃE – Pintor sardo – Cici Peis
SÉRIE HISTÓRIAS E TRADIÇÕES: MITOS E CURIOSIDADES SOBRE A CULTURA SARDA
Caros amigos,
Esta é a mais recente pintura de CICI PEIS, Grande pintor sardo, que tenho muita satisfação em divulgar seus trabalhos nesse Blog. A expressão de dor e desalento dessa mãe carregando o seu filho, me fez lembrar a mesma dor que nos passa o conto sobre as mães penitentes que morrem ao dar a luz, juntamente com seus filhos.
Por este motivo, senti vontade de reeditar este Post, não apenas por representar com muita propriedade o tema em si, mas por ser um dos mais lido e comentado no Blog, desde a sua inauguração.
Está edição quero dedicar a todos vocês, mas em especial a Cici, que sempre me dar a oportunidade de exibir em primeira mão, suas incríveis pinturas.
http://imagens_funchal.web.simplesnet.pt/images/As_lavadeiras_1945.jpg
Fiz a tradução do italiano para o português que relata o seguinte:
“Diz-se que quando uma mulher morria no parto na Sardenha, se tornava uma “PANA, ou LAVADEIRA NOTURNA” que voltava temporariamente entre os mortais, com a mesma aparência que ela tinha quando viva.
Esta era a maldição imposta por este tipo de morte, porque neste caso em particular, este era considerado uma morte “impura”, motivo pelo qual a penalidade era a de que teriam que vagar todas as noites a lava as roupas manchadas de sangue que haviam sido usados durante o parto e também todo o enxoval do bebê morto.
Este período de penitência variava de dois a sete anos. As Panas poderiam ser vista em cruzamentos ou ao longo dos córregos, entre uma e três horas da madrugada, e durante a execução da lavação das roupas elas entoavam uma nanna ninna- (cantina de nina) que retratava toda a dor e tristeza por essa penitência.
Nesta condenação tinha a proibição absoluta de falar ou parar de trabalhar, se isso acontecesse, elas teriam que recomeçar de novo todo o tempo da penitência.
Este provavelmente era um dos motivos que quando alguém viesse perturbá-las ou dirigia lhes a palavra enquanto estavam ocupadas na lavação das roupas, elas retaliavam, com a aspersão de água sobre a pessoa que se aproximassem delas. Está água ao contrário de molhar, queimava a vitima como fogo.
Por esta razão, nunca as mulheres da Sardenha saiam para pegar água a roupa à noite e muitas vezes quando uma mulher aparecia com uma mancha na face, especialmente mulheres mais jovens, era explicado como uma vingança das “Panas” que haviam sido perturbadas durante as suas tarefas de penitências.
E para que as mães puerperais ou parturientes mortas, não se tornassem lavadeiras das noites, era costume dos familiares colocarem no caixão, uma agulha sem o nó no fio, um pedaço de pano, uma tesoura, um pente e um tufo de cabelo do marido da morta.
Isso iria garantir que a falecida mantendo este kit no caixão, estaria sempre ocupada a costurar as roupas do seu filho morto, negligenciando assim a ida ao rio para lavar.
Diz-se também que estes artigos serviam para dar a desculpa legitima pela defunta para não tender atender ao convite das outras penitentes Panas, que as convidasse para ir ao rio lavar as roupas dos recém nascidos
O convite das Panas a outra recém-chegadas, que teria sido enterrada com este kit, seria assim:
“Come um benesses?” (como uma benção, Venha agora?) E a morta respondia:
“Não, não, eu estou costurando, ou estou penteando o meu marido, referindo ao tufo de cabelo, colocado no kit, dentro do caixão.
video da historia em :http://www.sardegnadigitallibrary.it/index.php?xsl=626&id=494;
Autor: Marco Antonio Pani
UMA PEQUENA SINOPSE DO TEMA:
Totó é um pastor e como todas as manhãs, ele acorda cedo para ir para o rebanho. Antes de sair cumprimenta sua esposa que está prestes a dar a luz, em silêncio, sem acordar-la. Totó parte e o dia começa, e continua com uma série de sinais de mau agouro ou maldição.
Enquanto em sua casa, à noite, a esposa tem uma visão de uma criança que chora no quintal da casa e desta forma, ela reconhece o sinal de mau agouro das ‘PANA’, ou das mulheres puerpéras mortas que lavam roupas dos recém-nascidos em um fluxo de água durante a noite.
Segundo a lenda antiga, estas são as mulheres da Sardenha que morriam no parto, e desta forma é forçada a vagar durante a noite como umas loucas almas penitentes, de lagos em lagos ou riachos para lavar suas próprias roupas e as do filho morto.
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FONTE: Blog Formaparis da Faculdade de Cagliari
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Reedição em português – SSTM – Lucinha Dettori
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Informações adicionais sobre a pesquisa :
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Paddu Cristoforo – Poeta e escritor Sardo.
NOTA DE RODAPÉ SOBRE O VÍDEO: Esta projeção é destinado a angariar fundos para o filme “Servo de Deus” a vida do Beato “Nicola da Gestur”. Aproveito esta oportunidade para agradecer a todos aqueles que por seus comentários de carinho me ajudara a ir à frente ao que eu acredito, e dizer da nossa ilha maravilhosa e mágica. Possivelmente, costumes, tradições, personalidades e lendas de um passado muito passado…
Fonte: Francosardo.