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SÉRIE HISTÓRIAS E TRADIÇÕES: MITOS E CURIOSIDADES SOBRE A CULTURA SARDA

30 nov

emoçãi de mãe - Cici Pes                                                 EMOÇÃO DE MÃE  – Pintor sardo  – Cici Peis 

SÉRIE HISTÓRIAS E TRADIÇÕES: MITOS E CURIOSIDADES SOBRE A CULTURA SARDA

Caros amigos, 

Esta é a mais recente pintura de  CICI PEIS, Grande pintor sardo, que tenho muita satisfação  em divulgar seus trabalhos  nesse  Blog.  A expressão de dor e desalento dessa mãe carregando o seu filho, me fez lembrar a mesma dor que nos passa o conto sobre as mães penitentes que  morrem ao dar a luz, juntamente com seus filhos.

Por este motivo,  senti vontade de reeditar este Post, não apenas por representar com muita propriedade o  tema em si,  mas  por ser um dos mais lido e comentado  no Blog, desde a sua inauguração.

Está edição quero dedicar a todos vocês, mas em especial a Cici, que sempre me dar a oportunidade de  exibir em primeira mão, suas incríveis  pinturas.

http://imagens_funchal.web.simplesnet.pt/images/As_lavadeiras_1945.jpg

Fiz a tradução do italiano para o português que relata o seguinte:

  “Diz-se que quando uma mulher morria no parto na Sardenha, se tornava uma “PANA, ou LAVADEIRA NOTURNA” que voltava temporariamente entre os mortais, com a mesma aparência que ela tinha  quando viva.

Esta era a maldição imposta por este tipo de morte, porque neste caso em particular, este era considerado uma morte “impura”, motivo pelo qual a penalidade era a de que teriam que vagar todas as noites a lava as roupas manchadas de sangue que haviam sido usados durante o parto e também todo o enxoval do bebê morto.

Este período de penitência variava de dois a sete anos. As Panas poderiam ser vista em cruzamentos ou ao longo dos córregos, entre uma e três horas da madrugada, e durante  a execução da lavação das roupas elas entoavam uma nanna ninna- (cantina de nina) que retratava toda a dor e tristeza  por essa  penitência.

Nesta condenação tinha a proibição absoluta de falar ou parar de trabalhar, se isso acontecesse, elas teriam que recomeçar de novo todo o tempo da penitência.

Este provavelmente era um dos motivos que quando alguém viesse perturbá-las ou dirigia lhes a palavra enquanto  estavam ocupadas na lavação das roupas, elas retaliavam, com a  aspersão de água sobre a pessoa que se aproximassem delas. Está água ao contrário de molhar, queimava a vitima como fogo.

Por esta razão, nunca as mulheres da Sardenha saiam  para pegar água a roupa à noite e muitas  vezes quando uma mulher aparecia com uma mancha  na face, especialmente mulheres  mais jovens, era explicado como uma vingança das “Panas” que  haviam sido perturbadas durante as suas tarefas de penitências.

E para que as mães puerperais ou parturientes   mortas,  não se tornassem lavadeiras das noites, era costume dos familiares colocarem no caixão, uma agulha sem o nó no fio, um pedaço de pano, uma tesoura, um pente e um tufo de cabelo do marido da morta.

Isso iria garantir que a falecida mantendo este kit no caixão, estaria sempre ocupada a costurar as roupas do seu filho morto, negligenciando assim a ida ao rio para lavar.

Diz-se também que estes artigos serviam para dar a desculpa  legitima pela  defunta para não  tender  atender ao convite das outras penitentes Panas, que as convidasse para ir ao rio lavar as roupas dos recém nascidos

O convite das Panas a outra recém-chegadas, que teria sido enterrada com este kit, seria assim:

“Come um benesses?” (como  uma benção, Venha agora?) E a morta respondia:

“Não, não, eu  estou costurando, ou estou penteando o  meu marido, referindo ao tufo de cabelo, colocado no kit, dentro do caixão.

 

video  da historia em :http://www.sardegnadigitallibrary.it/index.php?xsl=626&id=494;

 Autor: Marco Antonio Pani

UMA PEQUENA SINOPSE DO TEMA:

Totó é um pastor e como todas as manhãs, ele acorda cedo para ir para o rebanho. Antes de sair cumprimenta sua esposa que está prestes a dar a luz, em silêncio, sem acordar-la. Totó parte e o dia começa, e continua com uma série de sinais de mau agouro ou maldição.

Enquanto em sua casa, à noite, a esposa tem uma visão de uma criança que chora no quintal da casa e desta forma, ela reconhece o sinal de mau agouro das ‘PANA’,  ou das  mulheres  puerpéras mortas que lavam roupas  dos recém-nascidos  em um fluxo de água durante a noite.

Segundo a lenda antiga, estas são as mulheres da Sardenha  que morriam no parto, e desta forma é forçada a vagar durante a noite como umas loucas almas penitentes, de lagos em lagos ou riachos para lavar suas próprias roupas e as do filho morto.

  • FONTE: Blog Formaparis  da Faculdade de Cagliari

  • Reedição em português – SSTM – Lucinha Dettori

  • Informações adicionais sobre a pesquisa :

  • Paddu Cristoforo – Poeta e escritor Sardo.

NOTA DE RODAPÉ SOBRE O VÍDEO:  Esta projeção é  destinado a angariar fundos para o filme “Servo de Deus” a vida do Beato “Nicola da Gestur”. Aproveito esta oportunidade para agradecer a todos aqueles que por seus comentários de carinho  me ajudara a ir à frente ao que eu acredito, e dizer da  nossa ilha maravilhosa e mágica. Possivelmente, costumes, tradições, personalidades e lendas de um passado muito passado…

Fonte: Francosardo.